Michel Temer e Eliseu Padilha
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O
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na tarde desta sexta-feira (21)
que uma eventual delação premiada do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
“não está em pauta”. Foi a primeira vez que um ministro do governo do
presidente Michel Temer se manifestou desde que o ex-presidente da Câmara dos
Deputados foi preso, na quarta (19). Com receio de impacto na agenda de
reformas do ajuste fiscal, a ordem no Palácio do Planalto é de silêncio.
A rápida declaração de Padilha foi feita a
jornalistas, ao ser questionado se o governo não teme uma possível delação de
Cunha. Ele compareceu a um evento em São Paulo sobre infraestrutura, promovido
pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e Associação
Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Chegou de
helicóptero, discursou e foi embora.
Mais cedo, o ministro do Planejamento, Dyogo
Oliveira, também esteve no evento e defendeu o ajuste fiscal. Questionado se a
prisão de Cunha poderia afetar a aprovação de medidas como a PEC do Teto, com
votação prevista para a próxima terça, 25, o ministro disse apenas que “não é
uma matéria da minha área, não acho que tenha a ver com orçamento”. Já o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi muito aplaudido pela plateia,
restringiu sua fala à área econômica e à PEC do Teto.
O evento teria a presença do presidente Michel
Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de Moreira Franco,
secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas eles
cancelaram suas participações.
Segundo o ministro da Casa Civil, o secretário não
pôde vir, porque estava em viagem fora do País e não chegaria a tempo. No lugar
de Moreira Franco, veio Tarcísio Freitas, secretário de Coordenação de Projetos
da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Desafeto de Cunha, Moreira Franco foi acusado pelo
deputado cassado de irregularidades na operação de financiamento do Porto
Maravilha, no Rio, quando era vice-presidente da Caixa. Em entrevista ao jornal
O Estado de S. Paulo em setembro, Cunha ainda afirmou que o programa de
privatização conduzido por Moreira Franco no governo Temer “nasce sob
suspeição”.
PEC do Teto
Durante sua fala aos empresários, Padilha reforçou
a importância da aprovação da PEC do Teto junto com a reforma da Previdência.
Ele afirmou que Temer tem uma ampla base no Congresso para a aprovação das
medidas, maior até que dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso.
Ao ser questionado sobre a prisão de Cunha, Padilha
disse que o governo está “pensando na PEC do teto e na reforma da Previdência”.
“Penso que a gente tem que trabalhar com os dados
que a gente tem. Hoje a gente tem confiança absoluta que vamos ter mais que 308
votos”, afirmou. Ele fazia referência ao segundo turno da votação da PC do
Teto, que esta marcada para a próxima terça, 25
Durante o discurso aos empresários, mais de uma vez
o ministro falou que o País vive clima de “normalidade institucional”. Padilha
também elogiou Temer, responsável, segundo ele, por ter pacificado a Nação”.
FONTE: Agora RN
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