Cajueiros |
Barragem Armando Ribeiro |
As
projeções para o período chuvoso de 2016 no semiárido nordestino não são nada
animadoras. Previsões iniciais divulgadas pela Agência Espacial Norte-Americana
(Nasa, na sigla em inglês) e a Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos do
Ceará (Funceme) apontam para mais um ano de seca. Caso as projeções se
concretize, a situação dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte, que já
está difícil, atingirá um nível crítico até o final do próximo ano.
O
que justifica a tendência de mais um ano de seca é a provável consolidação do
fenômeno El Niño, aquecimento das águas do oceano Pacífico equatorial que
dificulta a formação de nuvens, deve resultar em mais um ano de precipitações
"abaixo do normal". Conforme a Funceme, as projeções indicam uma
probabilidade de 85% que a condição permaneça até o início do próximo ano,
confirmando as previsões. A Nasa reforça a previsão de que o período das altas
temperaturas deve se prolongar pelo próximo ano. A projeção é que o período de
2015/2016 irá se equiparar ao de 1997/1998, considerada a época mais quente da
história.
Para
o meteorologista José Espínola, apesar das projeções de grandes entidades
meteorológicas apontar para chuvas abaixo da média para o Nordeste, ele declara
que ainda é cedo para afirmar de forma precisa que 2016 será um ano de seca.
"As previsões iniciais apontam para isso, mas o período chuvoso começa em
fevereiro de 2016 e as projeções podem mudar ao longo desses meses",
avalia o especialista.
Mesmo
ainda faltando quatro meses para o início do período chuvoso na região, as
projeções preocupam e deixam a população e os órgãos que atuam nas ações de
conivência com a seca em alerta. De acordo com o secretário estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Mairton França, as equipes do Governo do Estado
estão trabalhando com a proposta de que as projeções se concretizem.
Torcemos
para que as previsões não se realizem, mas não podemos contar com a sorte. Por
isso, estamos adotando medida a curto, médio e longo prazos contando que não
haverá chuvas", informa o secretário.
Mairton
França diz que caso não haja chuvas no próximo ano, apenas os reservatórios de
Santa Cruz, Umari e Armando Ribeiro chegarão a outubro de 2016 com água, sendo
que este último já no volume morto. 153 cidades potiguares estão em estado de
emergência por causa da seca, sendo que 80 estão em rodízio de abastecimento e
11 em colapso.
Para
amenizar o problema e prolongar o volume de água nas barragens pelo maior tempo
possível, a Semarh está definindo restrições para o uso da água dos
reservatórios, priorizando o consumo humano. Outra ação a curto prazo para
garantir mais água é a perfuração de poços no Estado, inclusive na zona urbana.
"Neste ano de 2015 já perfuramos 350 poços e a meta é chegar até o fim do
ano com 500 poços perfurados.
A
médio e longo prazos, o secretário informa que foram retomadas as obras da
adutora de Parelhas e o sistema adutor do Alto Oeste. Também foram retomadas as
obras da barragem de Oiticica, que representa um investimento de R$ 330
milhões.
Meteorologistas
iniciam próximo mês reuniões para projeções do período chuvoso
Previsões
mais precisas para a região sobre a probabilidade de chuvas para 2016 serão
apontadas a partir do próximo mês, quando os meteorologistas do Nordeste se
reunirão para avaliação climática para o semiárido nordestino. O primeiro
encontro está agendado para dezembro, em João Pessoa (PB). A data ainda será
definida.
As
próximas reuniões para avaliar as previsões climáticas para o inverno chuvoso
ocorrerão em janeiro, fevereiro e março, respectivamente, nas cidades de
Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PB). "Somente após essas reuniões é
que se pode ter uma previsão mais precisa sobre o volume de chuvas",
informa o meteorologista José Espínola.
153 Cidades RN estão em estado de emergência
80
Rodízio de abastecimento
11
Colapso
Fonte:
O mossoroense
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