quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Projeção de seca para 2016 alerta para agravamento da crise hídrica no Estado.

Cajueiros
Sem chuvas, a barragem Armando Ribeiro pode entrar no volume morto no próximo ano
Barragem Armando Ribeiro

As projeções para o período chuvoso de 2016 no semiárido nordestino não são nada animadoras. Previsões iniciais divulgadas pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês) e a Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme) apontam para mais um ano de seca. Caso as projeções se concretize, a situação dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte, que já está difícil, atingirá um nível crítico até o final do próximo ano.
O que justifica a tendência de mais um ano de seca é a provável consolidação do fenômeno El Niño, aquecimento das águas do oceano Pacífico equatorial que dificulta a formação de nuvens, deve resultar em mais um ano de precipitações "abaixo do normal". Conforme a Funceme, as projeções indicam uma probabilidade de 85% que a condição permaneça até o início do próximo ano, confirmando as previsões. A Nasa reforça a previsão de que o período das altas temperaturas deve se prolongar pelo próximo ano. A projeção é que o período de 2015/2016 irá se equiparar ao de 1997/1998, considerada a época mais quente da história.
Para o meteorologista José Espínola, apesar das projeções de grandes entidades meteorológicas apontar para chuvas abaixo da média para o Nordeste, ele declara que ainda é cedo para afirmar de forma precisa que 2016 será um ano de seca. "As previsões iniciais apontam para isso, mas o período chuvoso começa em fevereiro de 2016 e as projeções podem mudar ao longo desses meses", avalia o especialista.
Mesmo ainda faltando quatro meses para o início do período chuvoso na região, as projeções preocupam e deixam a população e os órgãos que atuam nas ações de conivência com a seca em alerta. De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Mairton França, as equipes do Governo do Estado estão trabalhando com a proposta de que as projeções se concretizem.
Torcemos para que as previsões não se realizem, mas não podemos contar com a sorte. Por isso, estamos adotando medida a curto, médio e longo prazos contando que não haverá chuvas", informa o secretário.
Mairton França diz que caso não haja chuvas no próximo ano, apenas os reservatórios de Santa Cruz, Umari e Armando Ribeiro chegarão a outubro de 2016 com água, sendo que este último já no volume morto. 153 cidades potiguares estão em estado de emergência por causa da seca, sendo que 80 estão em rodízio de abastecimento e 11 em colapso.
Para amenizar o problema e prolongar o volume de água nas barragens pelo maior tempo possível, a Semarh está definindo restrições para o uso da água dos reservatórios, priorizando o consumo humano. Outra ação a curto prazo para garantir mais água é a perfuração de poços no Estado, inclusive na zona urbana. "Neste ano de 2015 já perfuramos 350 poços e a meta é chegar até o fim do ano com 500 poços perfurados.
A médio e longo prazos, o secretário informa que foram retomadas as obras da adutora de Parelhas e o sistema adutor do Alto Oeste. Também foram retomadas as obras da barragem de Oiticica, que representa um investimento de R$ 330 milhões.
Meteorologistas iniciam próximo mês reuniões para projeções do período chuvoso
Previsões mais precisas para a região sobre a probabilidade de chuvas para 2016 serão apontadas a partir do próximo mês, quando os meteorologistas do Nordeste se reunirão para avaliação climática para o semiárido nordestino. O primeiro encontro está agendado para dezembro, em João Pessoa (PB). A data ainda será definida.
As próximas reuniões para avaliar as previsões climáticas para o inverno chuvoso ocorrerão em janeiro, fevereiro e março, respectivamente, nas cidades de Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PB). "Somente após essas reuniões é que se pode ter uma previsão mais precisa sobre o volume de chuvas", informa o meteorologista José Espínola.
153  Cidades RN estão em estado de emergência
80 Rodízio de abastecimento
11 Colapso


Fonte: O mossoroense



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